“Minha irmã. Por que ela está demorando tanto para voltar daquela festa? Ela já devia estar em
casa a muito tempo.
Não, ela não voltara para casa a partir de hoje. Ela se foi.
Quem poderia imaginar? Quem poderia imaginar que a morte estava tão perto assim?
Eu não estava naquela festa. Eu não vi pela a última vez o sorriso da minha irmã, eu não pude ver a emoção da minha irmã por ter completado 18 anos e finalmente poder se divertir.
Eu não poderei ver a felicidade da minha irmã por começar a faculdade dos sonhos. Eu não vi e nunca mais poderei ver, pois ela se foi, junto com todas aquelas vidas que estavam naquela boate.
Jovens, como a minha irmã. Planejando o futuro, escrevendo suas vidas. Mal sabendo eles que o futuro deles já estavam escrito.
Eu nunca mais verei a minha irmã entrando pela porta do meu quarto dizendo que não estava mais aguentando as responsabilidades.
Eu nunca mais poderei abraçar a minha irmã, limpar as sua lágrimas e dizer “ Eu estou aqui com você “ quando ela disser que não está conseguindo ultrapassar os obstáculos da vida.
Eu não verei mais aquela pirralha entrando no meu quarto e dizendo que não esta conseguindo dormir e perguntando se pode dormir comigo.
Eu não irei mais rir das piadas dela.
Eu não poderei mas estar ao lado dela.
E o que mais machuca, é ter a certeza que ela vai me ligar, e pedir pra mim buscar ela, como ela sempre fazia. Mas ela não vai.
Pode parecer irônico, mas ela estava ansiosa para ir naquela festa, ela esta ansiosa para o dia que morreria.
Ela sempre me dizia que as coisas são imprevisíveis, e são.
Quem diria que aquela garota feliz que entrou no meu quarto ontem com aquela carinha de anjo viraria realmente um anjo.
E quando eu penso, o quanto essa vida é injusta. Ela poderia estar aqui nesse momento.
Mas ela não esta! Pois os Seguranças fecharam as portas porque ela tinha que pagar para sobreviver!”

— Autora desconhecida.