Abrindo mão dos princípios pela saúde.
19:58
Em 2014, eu decidi mudar drasticamente a minha alimentação e parei de comer carne. Simples assim; eu decidi que ia parar naquele dia e parei. É claro que eu ainda continuei a comer peixe por alguns meses, mas eu acabei parando. E já vai fazer 2 anos que eu não como frango e carne vermelha (porque minha custou um pouco para deixar o peixe).
Eu perdi bastante massa (ou peso, para os que não ligam para física) nos últimos meses, e o meu vegetarianismo não foi a causa disso. Eu só percebi que eu não estava confortável mesmo com o meu corpo, e decidi mudar. Ainda estou mudando. E hoje em dia meus pais ficam dizendo que eu estou magra demais (isso porque estão acostumados com o meu outro corpo!), que não estou me alimentando direito e que vou acabar ficando doente. E eu reviro os olhos e fico irritada todas as vezes que eles falam da minha alimentação, porque ser vegetariana é uma escolha e um direito meu, além de ser algo que eu me orgulho de verdade. É uma luta ser uma vegetariana em uma casa cheia de carnívoros.
Mas eu preciso admitir que a minha alimentação tá uma merda. E eu ando bastante preocupada com isso, principalmente depois das aulas de biologia que tive no ano passado. Velho, carne é ruim, mas é cheia de vitaminas e nutrientes. É claro que é possível viver sem carne, é só saber substituir com grãos e as comidas ideais. E é aí que está o meu problema: eu não substituo. E eu já ficava incomodada com o fato da minha linha d'água (no olho) não ser rosada como as das meninas dos tutorias de maquiagem (quem não ama aprender make no YT?), e minha boca não tem aquele rosado natural há um bom tempo, daí eu comecei a perceber que os machucados estão demorando mais a sarar e o que me deixou abalada mesmo foi fazer um exame de sangue e ver que a minha mãe, com quase 50 anos, tem mais plaquetas do que eu. E hemácias também.
E hoje, depois de voltar da aula em horário integral, eu percebi que passei o dia todo sem comer algo saudável de verdade. E não posso mais continuar assim.
E, com lágrimas nos olhos (literalmente), eu digo que vou voltar a comer carne.
Admito que tenho pensado nisso há bastante tempo. Primeiro porque é um saco não ter opções nos restaurantes, ser zoada pelos amigos e ficar só no arroz nos almoços em família (tirando o fato de ter que responder a pergunta "o que você come?" toda vez que vou almoçar na casa de um amigo), segundo por causa da minha saúde.
É que eu quero mesmo ser aqueles velhinhos super saudáveis, e percebo que, do jeito que eu estou, não vai dar.
E pode parecer que eu só estou inventando motivos para voltar a comer carne, e acreditem que eu queria que essa fosse a verdade. Queria mesmo, pois seria bem mais fácil. O caso é que não tenho ninguém para fazer comidas saudáveis para mim, e meu corpo não aguenta mais sobreviver de ovo cozido, ovo frito e pão com queijo. Sem falar que eu estou enjoada de soja há tempos. E além disso, comida saudável é realmente muito cara (já viram quanto custa um kilo de grão-de-bico?).
Juro que quando eu for adulta e com dinheiro para contratar uma cozinheira vegana, eu vou voltar a ser a favor dos animais. Até lá, eu vou tentar comer menos carne possível, e vou comer só a parte saudável. Não vou comer salsinhas, nem hamburguers, nem nuggets. Nossa, eu me sinto levemente enojada pensando em comer isso de novo. É engraçado, na verdade. Quando eu não pensava em voltar a comer carne, eu ficava querendo comer essas besteiras que todos comem, mas agora que eu decidir voltar, eu fico com nojo. Sou estranha.
Que fique claro que eu ainda não comi a carne. Vou voltar amanhã. Minha mãe queria que eu já começasse agora no jantar, mas eu adiei. Deixa pra amanhã. Vou tentar não vomitar ou chorar (como eu chorei hoje ao falar a minha decisão pra minha mãe e irmã).
Mas vou pegar leve e voltar aos poucos. Só preciso lembrar que é uma medida temporária - quando eu for rica, eu volto a ser vegetariana. Em alguns anos.
desculpa por te decepcionar, Paul :'( |
Mas é triste ter que jogar quase dois anos de vegetarianismo no lixo, essa é a verdade. A F F.
Beijos,
F.
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