Dezessete.

23:19



Dois mil e dezessete é um ano de mudanças, ao menos para mim. Não digo isso de forma clichê - não falo como se o ano fosse para realizar metas, mesmo que isso não seja algo ruim (corram atrás das suas metas e sonhos!). O caso é que muita coisa vai mudar para mim em 2017. Basicamente, eu estou no meu último ano escolar. Em um ano, eu provavelmente estarei na faculdade ou sei lá. E, droga, isso é assustador.
Quando eu era mais nova, eu sempre sonhei em ficar mais velha. Eu pensava que completaria 19 e já teria um emprego, um apartamento próprio e fora do país. Hoje, aos 17, eu vejo o quão sonhadora eu fui. 

Hoje é meu aniversário de 17 anos e eu posso dizer que estou relativamente calma, muito diferente de ontem. Eu passei o mês inteiro preocupada com o dia de hoje. Não queria completar ano, não queria deixar os dezesseis. Dezesseis é a melhor idade de todas - foi um ótimo ano para a minha vida social, para metas pessoais.Ter dezesseis estava ótimo: a faculdade ainda parecia uma ideia distante, eu podia passar a tarde sem pensar em estudar para o vestibular, eu podia dormir a tarde toda sem me sentir culpada, sem pensar que deveria estar estudando. 

Tenho dezessete há apenas algumas horas, e ainda estou apavorada. Não é medo do número, não é medo da idade - é um pouco mais profundo. É sobre o que vem com a idade. A responsabilidade, a pressão, a expectativa. É o meio de tudo. Você não é de maior, pois ainda não tem 18, mas você também não é mais tão jovem, pois já passou dos 16. É uma coisa estranha. Você está no 3º ano, precisa se preparar para dizer adeus a todos aqueles que passou quase todos os dias da sua vida nos últimos anos. Escolha a faculdade, escolha a sua carreira. Isoladas, cursinhos, simulados, revisões, aulões. Você ainda precisa cumprir seus deveres em casa, fazer exercícios, cuidar da saúde, manter a vida social. Existe uma enorme pressão pairando sobre a sua cabeça e você já ficou cansado após uma semana de aula - e todos conseguem notar isso. Apesar disso, a vida não para. Não há uma preparação, você simplesmente acorda e percebe que tudo mudou, menos você. Você ainda é o mesmo adolescente que quer ficar deitado, mexendo no celular, lendo as notícias que você quiser e estudando quando sente que precisa. Contudo, você acorda e todos estão perguntando os seus planos para o futuro, você está ciente do mundo ao redor, você está ciente da competição, da corrupção, do mal - e é isso que te espera.

E eu sei que ainda tenho um ano pela frente. Um ano para decidir o que eu quero, para estudar e me dedicar, para curtir. E esse não é o último ano!, nada vai acabar, e sempre há outras chances... Mas parece que não.



Eu só me sinto tão ansiosa, tão assustada. Só quero deitar e chorar por um bom tempo. E sei que não sou a única.

Eu chorei muito ontem. Chorei durante todo o meu banho - foram quase meia hora de choro forte, com soluço e histeria ao som das minhas bandas favoritas. Chorei até hoje quando acordei e percebi que tinha mesmo 17. Mas o dia foi bom, e estou me permitindo aproveitar um pouco. Ganhei um buquê de girassóis (minhas flores favoritas), meus pais me levaram para jantar, vi os meus amigos e ontem eu tive uma ótima comemoração de aniversário (ontem mesmo, porque hoje eu tive simulado à tarde).

É um ano difícil, mas vou conseguir. Todos conseguem, e é só uma fase. É só uma fase (se eu ficar repetindo, talvez seja mais fácil de enfrentar).

Queria dizer a todos os estudantes que estamos juntos. Sentimos juntos a pressão e vamos conseguir juntos.

Beijos,
F.
13/03/2017

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